Como morador do bairro, testemunhei momentos incríveis na antiga “Feira Livre da Cidade Ademar”. No local, era uma das maiores feiras da zona sul, um espaço bem propício pelo tamanho, facilidade de chegar ao local e também a feira não ficava nas ruas atrapalhando o trânsito. Aos sábados, domingos e feriados, o mesmo local servia de espaço para jogar bola, e também utilizado pelas auto-escoltas onde as pessoas aprendiam a dirigir carro, motos e fazer as tão temidas balizas.
Em datas especiais, o local recebia shows, muitos shows, ali na Feira Livre já passaram artistas como: Ira, Paralamas do Sucesso, Exaltasamba, Katinguelê, Raça Negra, Lecy Brandão, Netinho de Paula, entre outros grandes artistas. Além disso, era um espaço para as fanfarras da região desfilarem. Todos os anos o local recebia fanfarras de escolas de várias regiões de São Paulo para suas apresentações, onde os adolescentes mostravam seus talentos. Sem falar das quadras que existiam ao lado, onde os jovens podiam aproveitar o espaço para o lazer.
Tudo acabou para a construção do tal sonhado “Pólo Cultural”. A primeira destruição do local aconteceu no governo da prefeita Marta Suplicy (2002-2006). Quebraram a marquise, destruíram todo o espaço, e todos podiam vem os entulhos das obras durante três anos. Em seu último ano, construiu uma pista de skate, plantou alguns coqueiros e um mini palco lá no fundo.
Depois veio o Serra/Kassab (2007-2012) e não fizeram absolutamente nada. Destruíram a pista de skate, com a alegação de segurança pública, ou preconceito contra os skatistas, pois alegavam alguns comerciantes que os skatistas eram “marginais”, uma visão bem preconceituosa e foi atendida pela prefeitura, que no local construiu uma base que seria um posto policial, mas até hoje não funciona, lá no fundo do espaço, destruíram o mini palco e plantaram um jardinzinho.
Hoje, a base policial está abandonada, pixada, e no local os skatistas “perigosos” continuam a freqüentar sem a mínima infra-estrutura.
Se os governantes não fizessem nada no local teria sido mais útil. A população teria o espaço da feira, dos shows, do lazer, para aprender a dirigir e o nosso dinheiro não teria sido gasto em vão com medidas incompetentes.
Mas o abandono da feira Livre mostra a incompetência de vários políticos da região. Se nenhum vereador ou político do bairro foram capazes de viabilizar a infra-estrutura do local, imaginem os vereadores eleitos que ganharam voto aqui na zona sul, que são do outro lado da cidade. Estes não terão as mínimas condições.
Sérgio Pires
Editor do jornal O Gol