Ronaldo Gaúcho e a ética aplicada à bola


por Sylvio Micelli

Acabou a novela! Afinal… como ía começar o “importantíssimo” BBB, ninguém mais ía lembrar do assunto. Ronaldo de Assis Moreira, vulgo Ronaldinho Gaúcho é atleta do Clube de Regatas Flamengo de tanta gente e de tanta glória.

O fim da história, a mim traz alívio. Não aguentava mais o mesmo assunto nas últimas três semanas, até porque sem bola rolando, o que restava à mídia esportiva era falar do jogador. Assuntos como a unificação dos títulos feita pela CBF e o retorno do jogador Adriano foram rapidamente escanteados (se me permitem o trocadilho).

Seu retorno ao futebol brasileiro após 10 anos, tendo passado por três times importantes da Europa (Paris Saint-Germain, Barcelona e Milan), foi cercado de muita discussão. Três times ou, que seja, quatro times disputaram o passe do atacante: Grêmio, Palmeiras, Flamengo e o Corinthians que entrou no final sabe-se-lá-porquê…

Acredito que existam quatro tipos de jogadores: os excepcionais sem marketing (principalmente os mais antigos), os excepcionais com marketing, os comuns e os jogadores onde o marketing prepondera. Gaúcho se encaixa nesta última categoria. E vou na contramão (como sempre) da maioria. Nunca achei Ronaldo Gaúcho um jogador excepcional. É, obviamente, um jogador que os “entendidos” dizem ser acima da média, mas, mesmo assim, não valia todo esse leilão que vimos.

Outra questão importante é a discussão sobre ética na escolha feita pelo jogador. Os três clubes acreditavam, firmemente, que teriam o futebol do atleta, empresariado por seu irmão, que é um ex-jogador. Parece-me que os três times receberam garantias firmes de que a negociação estava próxima do acerto.

Bom… se analisarmos do ponto de vista da ética e da moral, coisas em desuso, houve um sério desrespeito ao Palmeiras e mais ainda ao Grêmio, clube que revelou o atleta para o mundo. O ponto mais importante não é a escolha feita por Gáucho, mas toda a romaria que cercou a definição. Parecia (quase) a disputa entre PT e PMDB pelos cargos de segundo e terceiro escalões do Governo Federal.

Mas… é apenas futebol. E há muito tempo ele virou apenas business. Big business.

Portanto amigos, ética, moral, amor à camisa etc é coisa para poucos como as lendas Yashin, Uwe Seeler, Pelé, Roberto Dinamite, Zico e Nilton Santos ou os candidatos à lenda que fizeram história por um único clube como Puyol, Carragher ou os goleiros Rogério Ceni e Marcos.

Acho que Ronaldo Gaúcho falhará no Flamengo, assim como falhou o ataque dos sonhos formado por Romário, Edmundo e Sávio, 16 anos atrás.

A conferir.

São Paulo fará estádios para o futebol amador



A proposta é que os espaços funcionem como centro para a formação esportiva de crianças e adolescentes

Equipe Universidade do Futebol

A cidade de São Paulo deve ter quatro estádios para a prática do futebol amador. O projeto está orçado em R$ 40 milhões, dinheiro que sairá dos cofres públicos e pode ser incluído no orçamento da cidade para 2010.

A construção é uma grande aposta de Walter Feldman, secretário municipal de Esporte, Lazer e Recreação. A proposta é que os espaços funcionem como centro para a formação esportiva de crianças e adolescentes e que abriguem jogos dos times de futebol amador da capital paulista.

"Estamos formulando um projeto integrado de emendas entre deputados federais, estaduais e vereadores. Cada bancada entrará com R$ 10 milhões, e nós colocaremos a mesma quantia. Esperamos que isso seja aprovado ainda em 2009 para ser incluído no orçamento de 2010", contou o secretário.

Depois que o orçamento for aprovado, os locais de construção serão definidos. Está certo que os quatro estádios serão espalhados nas quatro regiões da cidade, preferencialmente próximos da periferia, e a Secretaria já iniciou uma pesquisa por espaços.

"Hoje em dia, a maior demanda que nós temos é para estádios assim. Vamos fazer algo com vestiários, arquibancadas e toda a estrutura necessária, de acordo com sugestões da Federação Paulista de Futebol, mas com um tamanho adequado à necessidade do futebol amador", projetou Feldman.

O projeto dos estádios para o futebol amador surgiu na esteira do debate sobre o futuro do Pacaembu. O secretário é um dos defensores da concessão do estádio municipal ao Corinthians, mas identificou nas conversas com a população sobre o tema uma necessidade de incrementar os aparatos públicos para a prática do futebol.

"Se eu for fazer uma decisão de campeonato amador hoje, não tenho para onde correr. Ou uso o Pacaembu, ou nada. A situação não pode ser assim. São Paulo é uma cidade muito grande, e nós precisamos criar alternativas que fiquem mais diluídas", finalizou.

Na próxima semana, uma comissão criada pela Câmara Municipal entregará um relatório feito nos últimos meses sobre as implicações de o Pacaembu ser repassado à iniciativa privada e o impacto social do tema. Presidido por Antônio Goulart (PMDB), o grupo é formado por 11 vereadores, nove deles corintianos (Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol do São Paulo, também é integrante).

Sem revelar abertamente seu voto sobre o futuro do estádio, Goulart demonstrou-se amplamente favorável à cessão do Pacaembu para a iniciativa privada. Atualmente, a prefeitura tem um gasto anual de R$ 3 milhões com a manutenção do espaço.

Se a subcomissão tiver maioria favorável à cessão do estádio, o projeto precisará de aval do prefeito Gilberto Kassab. Depois disso, passará por nova votação na Câmara para a abertura de uma licitação em que apenas clubes de futebol poderão participar.

Fonte: Máquina do Esporte - www.maquinadoesporte.com.br