Copa Ferradura - Zona Sul de São Paulo

A primeira foto acimna, é a equipe do Colorado Futebol Clube - Vice-Campeão da 6ª Copa CDC da Ferradura de Futebol.
A foto do meio é do time do Estrela do Sul Futebol Clube - Campeão da 6ª Copa CDC da Ferradura de Futebol Veterano.
 E a terceira foto é do Márcio Rogério Zeferino, Artilheiro da Copa com 10 gols, jogador do Estrela do Sul Futebol Clube.

Uma final de Copa ruim, digna da Jabulani


por Sylvio Micelli


Ufa! Acabou! Uma Copa do Mundo horrorosa. E minha ira não é pelo fato de o Brasil ter feito uma campanha pífia. Gosto do futebol bem jogado, independente de país ou bandeira. Aliás, quem me conhece sabe que sou fã, por exemplo, da garra argentina, que também faltou nesta Copa.

Já não esparava um grande jogo na final. Por sinal, meu filho Victor, do alto dos seus 12 anos, já havia sentenciado na semana passada que Espanha e Holanda decidiriam na prorrogação ou nos pênaltis. Perguntei a ele o porquê. E ele respondeu-me de forma lacônica: “basta ver o que fizeram”. Ele acertou.

A Espanha foi campeã derrotando a Holanda na prorrogação e num jogo onde a violência prevaleceu. No começo da partida, a Espanha até pôs sua melhor qualidade em campo. Depois descambou a bater tanto quanto a Holanda. As maiores chances foram, ironicamente, do time holandês e nos pés de um de seus melhores jogadores. Robben falhou por duas vezes com importantes defesas de Casillas. Mas, como diz a molecada: vamos combinar! Não se perdem gols assim numa final de Copa do Mundo. Romário, no lugar de Robben, mandaria pra dentro, sem dificuldades.

No final da prorrogação, quando tudo indicava a decisão nos pênaltis, numa jogada que será reclamada pela Holanda nos próximos quatro anos, Iniesta (que resolveu jogar apenas na prorrogação) fez o gol que deu à Espanha o seu primeiro título. E com todo o respeito aos espanhóis, será muito difícil que La Furia conquiste outra Copa do Mundo, ao menos a médio prazo. O gol nasceu de um escanteio não marcado para a Holanda e de uma falta feita no atacante holandês Elia.

Enfim, o jogo de hoje lembrou-me a final do Campeonato Brasileiro de 1985 entre Coritiba e Bangu. Mais uma vez, com todo o respeito, temos um campeão, mas sem o mesmo brilho dos outros. E que me perdoem a sinceridade: temos como efetivos campeões de Copa do Mundo, Brasil, Uruguai, Argentina, Itália e Alemanha. Inglaterra e França são caseiros. E a Espanha venceu uma disputa longe da Europa onde o menos ruim durou até o fim.

Como sempre acreditei no apelo político da Copa do Mundo, um país dos PIIGS (*) venceu a Copa. Isso deve melhorar a economia e a autoestima da Península Ibérica.

Para quem acha que Brasil e Itália protagonizaram em 1994, a pior final de Copa apenas pela decisão nos pênaltis, discordo. Primeiro porque são Brasil e Itália e eram seis títulos mundiais em campo. O vencedor seria o inédito tetracampeão. Segundo porque o jogo aconteceu ao meio-dia no calor do Rose Bowl em Pasadena na tórrida Califórnia.

Seja como for, parabéns à Espanha e à grande colônia espanhola do Brasil.

O que sobrou da Copa da Jabulani



Vuvuzelas: uma corneta pé-no-saco que ensurdeceu o planeta e tirou o barulho da torcida nos estádios. Que ela seja sepultada junto com a Copa, para o bem do futebol.

Uruguai: a mística da Celeste Olímpica voltou. Sob o comando de Fórlan, uma equipe desacreditada que só foi à Copa na repescagem, ficou num honradíssimo 4º lugar. Já temo pelo Uruguai em 2014…

Jabulixo: uma bola tresloucada que gerou discussões até com a Nasa não podia dar uma boa Copa do Mundo. Tudo bem que seja a mesma bola para todas as equipes e jogadores, mas nunca uma bola trouxe tanta polêmica. Ela foi diretamente responsável por “frangos” risíveis e gols estranhíssimos.

Espelho meu: os grandes jogadores e estrelas do planeta negaram fogo. Kaká, Messi, Cristiano Ronaldo, Rooney, Henry, entre tantos outros, ficaram pelo caminho. Foi a Copa de Schweinsteiger, Müller (a grande revelação), Sneijder e Forlán. Este último, eleito o melhor da Copa com a seleção uruguaia em quarto lugar, é prova de que foi uma disputa fraca. Mas ele merece o título por representar a garra sulamericana.

La mano de Dios (uruguaya): o lance de maior emoção, ao menos para mim, foi “la otra mano de Dios” de Luís Sanchez do Uruguai contra Gana.

Invencível Oceania: a única equipe que não foi derrotada nesta Copa do Mundo foi a poderosíssima seleção da Nova Zelândia que teve três empates na primeira fase. Mesmo assim ficou em terceiro lugar no seu grupo. Ficou à frente da patética seleção da Itália e os jogadores foram recebidos em seu país como heróis nacionais.

Os Três Patetas: além da Itália, é melhor nem comentar a campanha da França, com toda a confusão que houve e até mesmo da Inglaterra que, mesmo chegando às oitavas de final em segundo lugar de seu grupo (atrás dos Estados Unidos que se classificou no último minuto), foi triturada pela Alemanha, ainda que o gol de Lampard tenha sido mal anulado.

Virgens: Foi uma final de equipes que jamais haviam vencido uma Copa do Mundo. A Espanha nem tinha chegado a uma final.

Perdeu mas ganhou: foi a primeira vez que uma equipe campeã foi derrotada em sua estreia. A Espanha perdeu da Suiça no primeiro jogo. Pior: a La Furia quase ficou fora da Copa. Se tivesse empatado com o Chile e a Suiça tivesse vencido Honduras, os espanhóis estariam fora. Ainda que Suiça e Espanha tivessem vencido seus últimos jogos na primeira fase, a Espanha jogaria com o Brasil nas oitavas de final.

Coadjuvante: a Holanda confirma sua fama de eterna vice. Não sei como se escreve o ditado “jogamos como nunca e perdemos como sempre”, que é atribuído à performance da seleção mexicana. Fica o recado. Aliás, lembro-me de um twit de uma amiga (@mariacarol) no final do primeiro tempo de Brasil e Holanda, quando ainda vencíamos. Ela escreveu algo mais ou menos assim: “a Holanda monta time bons, mas sempre perde no final. A camisa laranja tem cara de equipe de série B”.

E por tudo isso, a Copa da África do Sul já virou história. Agora o “polvo-profeta” Paul, aquele que acertou todos os resultados da fase final da Copa pode descansar em paz.

Que 2014, aqui no Brasil, as coisas sejam bem melhores. Até porque ficar pior não dá.

(*) PIIGS é um acrônimo pejorativo originalmente usado na imprensa de língua inglesa, sobretudo britânica, para designar o conjunto das economias de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (Spain em inglês). Em inglês o acrônimo significa “porcos”, animais por vezes usado em caricaturas para ilustrar a má performance econômica dos países. O termo começou a ser usado durante a crise econômica de 2008-2009, quando as economias dos PIIGS foram consideradas vulneráveis em razão do alto ou crescente endividamento e do alto déficit público em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Fonte: Wikipedia