Times de 80 anos rejeitam profissionalismo

31/05/2012 - 12h00

Na várzea, times de mais de 80 anos rejeitam o profissionalismo por amor ao terrão

Bruno Doro
Do UOL, em São Paulo
No extremo da Zona Norte, um time com nome suíço brilha no futebol de várzea há 85 anos. Na Zona Leste, outra equipe, essa com um nome bem brasileiro, faz o mesmo há 84. Os dois vovôs do futebol amador de São Paulo dividem não apenas histórias vividas nos campos de terra da cidade, mas uma distância segura do futebol profissional.
  • Reprodução
    Francisco Gaboni e Paschoal Gabriel com um dos primeiros uniformes do Lausanne: chapéu era fundamental no futebol dos anos 30
“O futebol está no sangue. Não fazemos isso para ganhar dinheiro. Não existe um motivo para virarmos profissionais”, ensina o setentão Casquinha, jogador do Carrão nos anos 50 e 60 e técnico do time desde os anos 80. No Lausanne, o pensamento é parecido. “É muito caro ser profissional. Conseguimos organizar bem o nosso departamento de futebol, temos escolinhas, revelamos jogadores, mas virar um clube profissional não faz parte dos planos”, completa o diretor de publicidade, Luciano Santa Cruz.
Os “oitentões” são os times mais velhos na disputa da atual Copa Kaiser. Usando o vovô como mascote, o Carrão venceu em sua estreia na segunda fase e está a um empate da classificação para a terceira etapa. Seu próximo duelo é contra o Primavera, neste domingo, no campo do Flor da Vila Formosa. O Lausanne também venceu seu jogo de estreia na segunda fase e joga no domingo, contra o Vila Bamsk. Ele lidera seu grupo na Zona Norte e também pode se classificar.
Tigre da Cantareira sofre com desapropriações
Um dos times mais tradicionais do futebol amador de São Paulo, o Lausanne Paulista mantém o time funcionando desde sua fundação, em 1927. O apelido de Tigre da Cantareira, dado pelo temor que causava aos adversários, veio na década de 30, quando o clube se consolidou e chegou a ser dono de dois campos de futebol na região.
  • Reprodução
    Inauguração do novo campo do Lausanne, após desapropriação do antigo terreno
Com 30 anos, porém, o time viveu sua maior crise: a desapropriação do terreno em que o clube tinha sido construído. Em 1960, o time já era famoso na região, mas sua sede foi tomada pelo Governo Estadual para a construção da escola Castro Alves. Após negociação complicada, o Lausanne Paulista foi indenizado e, com o dinheiro, comprou a área onde está atualmente.
O problema, então, virou uma solução: no ano seguinte, a nova sede foi inaugurada e o estádio passou a ser construído. Em dez anos, o clube voltou a ser o orgulho da região e ganhou um estádio para mandar suas partidas. Até hoje, as instalações são apropriadas: incluem o estádio, dois campos de futebol society, um ginásio, além da sede social, com direito a salões, academia e quiosques.
  • Detalhe do escudo e do uniforme do Carrão: data de fundação acompanha o brasão e símbolo do time é o vovô, sempre homenageando os 84 anos
  • Renato Cordeiro
Vovô da Zona Leste esquece sua história
Se a história do Lausanne está documentada (incluindo um livro ilustrado feito há dez anos, para comemorar os 75 anos), com o Carrão as coisas são diferentes. Na sede do clube existem poucos documentos contando o trajeto desde 1928. “As pessoas que conheciam a história do clube morreram e não deixaram documentos. Conhecemos a história desde que chegamos ao clube”, conta o ex-presidente Geraldo Tardin.
O técnico Casquinha é um dos mais antigos. Ele jogou pela equipe no fim dos anos 50 e nos anos 60. Vestiu o uniforme do clube, inclusive, ao lado de Augusto, chamado, quando jogava, de Novo Leônidas. E aqui, novamente, a história esbarra na falta de documentação: alguns no clube dizem que o jogador é capitão da seleção que perdeu a Copa de 50. Mas Casquinha, que jogou com ele, esclarece: “Ele jogou no São Paulo e no Guarani e era chamado de novo Leônidas”. O capitão da seleção defendeu Vasco e São Cristóvão.
Casquinha, aliás, foi o responsável pela retomada do clube: nos anos 70 e início dos 80, o Carrão desativou a equipe amadora. "Só voltamos a montar uma equipe em 85, quando eu e Casquinha passamos a comandar a equipe", lembra Nilson Pascutti, um dos diretores do time.
Uma das histórias mais inusitadas envolve um dos pontos altos da história da equipe. No fim dos anos 60, outro time com muita história na várzea, o Maria Zélia, estava impedido há mais de 250 partidas. O fim da série veio contra o Carrão, em uma derrota por 2 a 1. O time recebeu um troféu pelo feito, mas a peça se perdeu.
“Há alguns anos, o pessoal do Maria Zélia me ligou para perguntar quanto tinha sido a partida. Ninguém tinha certeza se tinha sido 2 a 1 ou 3 a 2. Eu fui até o clube para olhar, mas não achei o troféu. Deve ter sido vendido como ferro velho depois de uma das limpezas”, conta Casquinha.

ATACANTE DO CARRÃO SOFREU PRECONCEITO NO TIME DE ROBERTO CARLOS

Aos 35 anos, Róbson é conhecido na várzea de São Paulo. Meia-atacante rápido e habilidoso, [e um dos destaques do Carrão, que passou apuros na primeira fase da Copa Kaiser, mas se classificou e está bem na segunda. A alegria que o jogador exibe nos campos de terra de São Paulo, porém, escondem uma história de preconceito vivida na Rússia: ele passou pelo Anzhy Makhachkala, mesmo time que tem hoje o lateral-esquerdo Roberto Carlos, em 2003. “Não foi uma passagem nada boa. Sempre que eu entrava em campo, os torcedores faziam gestos de macaco nas arquibancadas. Até os companheiros de time me tratavam de maneira diferente. Eu não entendia nada o que eles falavam nos treinos, mas o outro brasileiro do time, o William, entendia. Quando o treino terminava, ele me contava o que tinha sido falado. Eles também me ofendiam”.

PARADÕES DO BOTAFOGO FUTEBOL CLUBE


Foi assim que surgiu a equipe:

Foi no dia:- 03/12/2006, aniversário do SAPATÃO, que joga pelo PARADOS, convidou-me (DÃO), que não estava na ativa para que me virasse e formar-se uma equipe para jogar no dia de seu aniversário contra os MENSTRUADOS da Divinéia.

Então convidei os seguintes atletas:- Airton, Boy, Cola, Dali, Dias, Dinei, Paulinho, João Ratão, Parrudo, Penha, Tio entre outros que o próprio aniversariante trouxe para compor o time.

Enfim perdemos o jogo de 3X1; saímos ganhando de 1X0, gol marcado pelo Dínei, ...; e até que jogamos bem, apesar do desentrosamento.

A nossa segunda partida foi contra o Panelão Futebol Clube da Freguesia do Ó e vencemos pelo placar de 2 X 1.

Tínhamos a intenção de jogar de 15 em 15 dias, para as nossas esposas, não acharem que, estávamos ficando barrigudos, mas a empolgação e entusiasmo tomaram conta da galera que, estamos jogando praticamente toda semana e que a qualidade do nosso time melhorou muito, com a chegada de outros atletas que estavam na berlinda.

Futebol é isso, é a melhor terapia de formação de amigos.

A nossa sede está situada á Rua Comendador Alfaia Rodrigues, 1 – Jardim Jabaquara - CP./SP.

Nossa Diretoria:-
Lico  – Presidente
Sapatão – Vice Presidente
Dão – Diretor Esportivo
Newton – Diretor Conselho Fiscal
Airton – Diretor de MKT
Eduardo – Tesoureiro
Vermelho – Secretário
Equipe GOL fez a cobertura da equipe Parados de Botafogo em 2008 no CDC Ferradura, na Vila Sta. Catarina.

Equipes de futebol amador

Estrela da Vila Santa Catarina completa 60 anos

Diretoria do tradicional Estrela da Vila Santa Catarina

Equipe de Veterano do Estrela da Vila Santa Catarina

O futebol da zona sul de São Paulo está em festa! Isto porque o tradicional Estrela da Vila Santa Catarina comemora neste mês de maio 60 anos de glórias e alegrias para o bairro e também para o futebol de São Paulo. A equipe já revelou inúmeros craques para o futebol brasileiro e também já teve em seu elenco jogadores como Sérginho Chulapa, Paulinha das Arábias, entre outros craques.
Parabéns!


 Foto Clássica do Estrela da Vila Santa Catarina nos anos 80

Atletas amadores viram figurinhas


O privilégio de estar estampado em um álbum de figurinhas n]ao é mais um privilégio dos jogadores dos grandes clubes ou das seleções mundiais. Isso porque a partir deste ano, todos os atletas que disputam a Copa Kaiser nos campos de futebol espalhados pela cidade poderão virar figurinhas em um álbum específico do torneio. O fato inédito aos atletas amadores registram momentos históricos que marca a história do futebol de várzea, que está cada vez mais organizado, muito mais que alguns clubes profissionais.

Eldorado leva título da Especial de Diadema

Publicado no jornal ABCD Maior

Por: Walter Fernandes  (wfernandes@abcdmaior.com.br)

 
Eldorado garantiu o caneco após vitória sobre o Família Bob Marley. Foto: Norberto da Silva
Eldorado garantiu o caneco após vitória sobre o Família Bob Marley. Foto: Norberto da Silva
 
Equipe garantiu o caneco ao superar o Família Bob Marley por 4 a 1 no domingo
O Eldorado é o novo campeão do futebol amador de Diadema. A equipe conquistou o caneco da Divisão Especial da cidade de forma invicta ao derrotar o Família Bob Marley por 4 a 1 no último domingo (20/05), no campo do Piraporinha. Como já havia vencido o primeiro confronto decisivo por 2 a 0, no fim de semana anterior, o time confirmou a conquista municipal.
Diante de cerca de cinco mil pessoas presentes ao campo distrital, o Bob Marley saiu na frente com gol de França. No entanto, o Eldorado virou o marcador com três gols de Maurílio, artilheiro do campeonato com 14 gols marcados, e outro do meia Marcinho. No fim do duelo, jogadores e torcedores fizeram a festa pelo título.
Em 16 partidas disputadas, o time campeão venceu 13 vezes e empatou três. Foram marcados 45 gols e sofridos apenas 13. “É uma loucura voltar a ser campeão [o Eldorado não levantava o título desde 2006]. Mobilizamos a comunidade e fizemos uma grande festa pelo título após este jogo histórico”, destaca o diretor do clube, Douglas Lima.
A equipe teve ainda Celso como o goleiro menos vazado do torneio (apenas 13 gols sofridos) e contou com a habilidade dos armadores Wellington e Marcinho para alcançar o topo do futebol diademense. “A organização do time para a disputa da Especial foi essencial para sermos campeões nesta temporada”, conta Lima, ainda em festa pela conquista.
O presidente da Liga de Futebol, Antonio Marcos Ferreira da Silva, o Marquinhos, também exalta a boa campanha das duas equipes finalistas. “O Família Bob Marley foi um time que surpreendeu muito por se tratar de sua primeira participação na elite. Já o Eldorado teve uma campanha irretocável do começo ao fim. O título foi realmente incontestável”, ressalta o dirigente.
Segurança - Para evitar qualquer transtorno na grande decisão, foram destacados 70 policiais militares e 30 guardas municipais para fazer a segurança do jogo. Apesar da grande presença de público, nenhuma ocorrência foi registrada nas dependências do Piraporinha. 

Correios ganham briga na Justiça e obrigam time da várzea a abandonar o nome Sedex


Por Bruno Doro 
Do UOL, em São Paulo
Quando um dos times mais fortes da Cidade Tiradentes foi batizado, há dez anos, o nome escolhido deveria servir como homenagem. Com jogadores rápidos e habilidosos, a equipe sempre chegava rápido às vitórias, com a mesma velocidade do Sedex, serviço de entrega expressa dos Correios.
Esse nome, porém, virou um verdadeiro abacaxi para a equipe de futebol amador. Há três anos, os Correios tentam impedir que a Associação Esportiva Sedex, da zona leste de São Paulo, use o nome de seu serviço.
Em 2012, a empresa venceu. Vice-campeão da Copa Kaiser em 2010, o time foi obrigado a mudar de nome e atualmente é chamado de SDX, sigla de Sedex. A equipe está perto da classificação para a segunda fase da Kaiser 2012 e precisa apenas de um empate para garantir a vaga.
“O time tem dez anos, mas só começamos a disputar a Copa Kaiser há quatro. Como é uma competição que recebe destaque maior do que o normal para o futebol amador, os Correios começaram a reclamar. Acabaram entrando na Justiça para proteger a sua marca”, explica o advogado Carlos Eduardo Ferreira, dirigente do clube.
Segundo ele, a disputa jurídica durou três anos, mas poderia ter sido ainda mais longa. “Nós sabíamos que eles eram os donos do nome, mas estávamos tentando alongar o processo. Eles chegaram, inclusive, a conseguir a penhora de bens de um dos membros da diretoria, que era presidente na época. O valor penhorado foi de R$ 1.500,00, que é simbólico para os Correios, mas uma soma importante para quem é da Cidade Tiradentes”, lembra Carlos.
vitória dos Correios veio quando a empresa mudou o foco de suas ações jurídicas. Os advogados passaram a envolver a Evidência, empresa que organiza a Copa Kaiser, no processo. “Se a ação continuasse a envolver só o Sedex e os Correios, conseguiríamos alongar o processo, mas quando foram para cima da Evidência, com multas muito altas, acabamos cedendo”.
Segundo Carlos, os Correios negaram qualquer tipo de acordo para que o time mantivesse o nome. “Eu fui a uma reunião com os Correios para tentar algum tipo de acordo, mas eles foram irredutíveis. Disseram que o apoio ao esporte já era feito com o patrocínio a confederações esportivas nacionais”, diz Carlos.
Em nota oficial, os Correios explicaram que a medida foi tomada para que o time de futebol amador não fosse confundido com um time oficial da empresa. “Como em todas as empresas, o uso de marcas é direito exclusivo do proprietário, inclusive protegido por legislação. Os Correios somente autorizam o uso de suas marcas por terceiro após análise da oportunidade mercadológica ou institucional. O uso indevido pode ser confundido com a marca de propriedade dos Correios e provocar confusões, associações indesejadas ou prejuízos de imagem”, diz a nota enviada ao UOL Esporte.
 Com a derrota na Justiça, o Sedex teve de correr para conseguir o novo nome. A equipe jurídica que tratou do caso foi buscar alternativas para o problema e encontrou a solução na sigla SDX. “Pesquisamos o termo e fizemos o registro, para não ter o mesmo problema. Mudamos toda a comunicação visual, mas com a torcida não temos o que fazer. Eles continuam gritando Sedex na arquibancada”.

fonte: UOL

ÁGUA SANTA E CAD ACELERAM RITMO RUMO À 2ª DIVISÃO

Fonte: Jornal ABCD Maior

11/02/2012 - EQUIPE
 
 Por: Edélcio Cândido  (edelcio@abcdmaior.com.br)

 
Clube Atlético Diadema faz nova peneira na próxima segunda-feira. Foto: Amanda Perobelli
Clube Atlético Diadema faz nova peneira na próxima segunda-feira. Foto: Amanda Perobelli
 
Estreantes no profissionalismo, equipes de Diadema acertam elencos que atuarão no campeonato 

CAD (Clube Atlético Diadema) e Água Santa não querem decepcionar na estreia de ambos no futebol profissional. Para tanto, as equipes já iniciam a preparação para a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Paulista, com início previsto para o dia 5 de maio.

Ex-clube amador, o Água está em ritmo acelerado de preparação para debutar no torneio. A equipe faz mais um jogo-treino neste domingo (12/02), às 10h, no campo do Serraria. “O técnico Vilmar Vaz tem testado alguns nomes indicados e precisamos colocá-los para cada um mostrar seu valor. No último jogo-treino, diante dos reservas do Santo André, perdemos por 4 a 2, mas tivemos boa exibição”, explica o supervisor de futebol, Brasil da Silva Gomes.

Por enquanto, os últimos nomes que aparecem como bons valores são os meias Leandro, Róbson e Dênis, que subiram do sub-20. O ala Celso, o zagueiro Wellington e o artilheiro França são os outros destaques da equipe. Este último já marcou 36 gols pelo time jogando pelos campeonatos de futebol da Liga.

CAD faz churrasco - O clube já começa a temporada com algumas metas prioritárias. O presidente do clube, o empresário Paulo Lofreta, organizou no último mês uma churrascada no campo do Piraporinha com dirigentes de 40 clubes amadores. O objetivo é fazer o clube ficar mais intimamente ligado ao futebol amador. Dentro das quatro linhas, o clube começa os treinos para valer visando a Segunda após o Carnaval.

Inamar quase pronto - As obras do estádio distrital estão adiantadas e a reinauguração deve acontecer depois do dia 25 de março. Desde meados de outubro, a secretaria de Obras iniciou a reestruturação do local, com lance de arquibancadas para cinco mil torcedores, vestiários novos, alambrados mais resistentes e salas administrativas, além de outras acomodações e ainda manutenção do ginásio de esportes. A remodelação do complexo esportivo beneficiará diretamente o CAD e o Água Santa, que mandarão no Inamar as partidas da Segunda.

As obras são realizadas pela Prefeitura, ainda é desconhecido o custo financeiro oficial do investimento, mas especula-se que seja da ordem de R$ 4,5 milhões. O presidente da Liga de Diadema, Antonio Marcos, o Marquinhos, esteve esta semana no estádio e está animado com o que tem visto. “O projeto já saiu do papel e não deve haver atraso”, comenta o dirigente, que tem prestado assessoria jurídica ao Água Santa.


CAD faz nova peneira
Após seleção de garotos no mês de novembro do ano passado, o Clube Atlético Diadema volta a realizar peneira para formação de suas categorias de base. O vestibular da bola para os nascidos em 1999 e 2001 ocorre a partir da próxima segunda-feira (13/02) e segue até o dia 27, às 18h30, no Piraporinha. Os garotos selecionados serão integrados aos times sub-11 e sub-13.

Os nascidos em 1995 e 1997 serão avaliados entre os dias 16 e 23 de fevereiro, no mesmo horário e local. Os aprovados jogarão nas equipes sub-15 e sub-17 do CAD. Todas as atividades terão a supervisão do técnico Daniel. Para participar das avaliações, os jogadores devem levar material de treinamento (chuteira, meião, camiseta e shorts), autorização do responsável, cópias autenticadas de RG e CPF, além de atestado médico.

Em 2012 preste atenção na urna e na bola!

Caros amigos amantes do futebol é com imensa satisfação que podemos lançar mais uma edição do jornal O GOL Varzeano, após um período sem estar presente da forma impressa, porém, nunca nos ausentamos do futebol, e o resultado pode ser contemplado no blog www.golvarzeano.blogspot.com. Toda esta alegria não é atoa, pois estamos há sete anos junto com a várzea de São Paulo, principalmente na zona sul de São Paulo e Diadema, litoral e também com as histórias da várzea de todos os cantos de São Paulo e do Brasil.

Esta edição traz o que aconteceu de mais importante na várzea em 2011, e também parabenizar quem fez o esporte amador acontecer em São Paulo. É claro que são centenas de pessoas espalhadas que dão um suor danado para não deixar a cultura morrer, e muitas vezes sem o apoio das autoridades competentes, e aqui, homenageamos apenas algumas pessoas, que representam milhares de lutadores do futebol de várzea.
Mas, é preciso destacar algo muito importante para 2012: as eleições.

Nas últimas eleições municipais fomos procurados por um político de São Paulo, onde foi feito uma parceria e o tal político nos apoiou colaborando com a circulação do jornal e, ao ser eleito em São Paulo, simplesmente desapareceu. Certo dia liguei para o tal vereador de São Paulo e, ele desligou o telefone na minha cara. Essa é a resposta que certos políticos dão à comunidade. Batem o telefone na cara das pessoas e, ao cobrir o trabalho desse vereador paulistano constatei que não há nada relacionado ao esporte coletivo.

Assim como alguns eventos esportivos que aconteceram neste ano, como a Virada Esportiva. Caros amigos, o esporte deve ser praticado durante os 365 dias no ano, não apenas em um único dia, e ainda com inscrições limitadas, pois não há espaço o suficiente para que todos participem. Esta é a Virada Esportiva, é mais para que as pessoas assistam eventos esportivos. Pode até servir de incentivo, mas não é útil.

Mas nem tudo foi ruim, o trabalho junto aos CDCs, os campeonatos e o trabalho que a prefeitura faz junto aos campos de várzea nas reformas e colocando piso sintético, dá uma outra vida ao futebol amador, que vem inserindo elementos do futebol profissional na várzea, devido à organização dos campeonatos.
Então galera é isto aí! É preciso estar atento às urnas e na bola do time da sua comunidade. Boas festas e feliz 2012.

‘craques’ são formados em escolinhas de futebol


O ex-jogador Olegário Tolói de Oliveira ou simplesmente Dudu, foi um dos maiores volantes do Palmeiras e do Brasil, hoje, trabalha na prefeitura de São Paulo onde supervisiona o futebol e as escolinhas nos CDC’s. Dudu é natural de Araraquara, e, em 1964, vindo da Ferroviária, chegou ao Palmeiras. Por conta de suas habilidades defensivas e pela raça, foi um dos destaques do time, que ficou conhecido como ‘Academia de Futebol’ ao lado de Ademir da Guia, Leão, Luís Pereira entre outros. Jogou 609 partidas defendendo a camisa do Palmeiras e conquistou dois Campeonatos Brasileiros em 1972 e 1973.

Dudu, com alegria visível em seus olhos, falou do projeto que desenvolve junto com as crianças na região de Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Um projeto muito bonito, que visa incluir a criança carente daquela região à sociedade. Atividades esportivas e culturais fazem parte do trabalho que Dudu tanto se orgulha de fazer.


Empolgado com o sucesso de seu trabalho junto às crianças, por meio, das escolinhas de futebol da prefeitura, Dudu, ressalta a importância do trabalho que a secretaria Municipal de Esportes junto com as subprefeituras para a organização de campeonatos. “A Prefeitura organiza os Jogos da Cidade e proporciona a todos da várzea a participação de vários campeonatos o ano inteiro. É um indicio de que o esporte varzeano de São Paulo não está esquecido. Além de outras entidades que promovem outros campeonatos, como a Copa Kaiser, entre outros.”


Escolinhas -
 Para Dudu, há muitos bons jogadores na várzea, mas não como nas décadas passadas. “Temos que entender que o futebol, assim como a vida, mudou. Hoje é diferente, pois, encontrar aqueles talentos que tínhamos na várzea há 30 ou 40 anos atrás, é raro. Hoje o garoto para se transformar em um bom jogador tem que entrar em uma escolinha”, disse.

Para Dudu, o caminho para se tornar em jogador de futebol são as escolinhas. “A Prefeitura dá todo este suporte com várias escolinhas espalhadas pela cidade. Antes, o craque nascia na várzea, hoje é preciso trabalhar o jogador desde pequeno. É preciso trabalhar os fundamentos com objetivo de possibilitar certas habilidades aos garotos. Antes a pessoa nascia craque, hoje é preciso fabricá-lo, pois, o jogador de futebol de hoje adquire toda a base nas escolinhas, tanto da prefeitura, quanto as particulares”.


Gramado sintético – Um dos diferenciais da várzea de São Paulo é a transformação dos terrões para a grama sintética e, segundo Dudu, isso tem revolucionado a várzea, principalmente as escolinhas. “A grama sintética proporciona um novo comportamento no meio do aprendizado. Os garotos se sentem mais empolgados e se acostumam a utilizar estes campos. Já é uma tendência. Acho que no futuro, todos os campos de futebol profissional serão sintéticos, daqui há 10 ou 15 anos.”

Para Dudu, uma nova tendência na várzea são os campeonatos de veteranos, onde se percebe um maior interesse por pessoas acima dos 40 anos. “Estamos sempre preocupados com a várzea de São Paulo. Ficamos contentes quando todos os sábados e domingos, todos os CDC’s espalhados pela cidade estão sempre lotados, principalmente em jogos de veteranos”.
Sérgio Pires